segunda-feira, dezembro 31, 2007

2007

Foi um ano marcante para nós.
Foi ano de receber e dar como poucos.
Sorrisos, abraços, palavras, lágrimas e confidências.
Foi ano de crescer por dentro e por fora.
Foi ano de ganhar muito mas também de perder tantos...
Ano de quereres, de vontades, de refreios e de lamentos.
De vida.
De ti.
De mim.
De nós.
E só por isso
Mágico.

domingo, dezembro 30, 2007

sábado, dezembro 29, 2007

Faz hoje 1 ano - II

e entravámos no Hospital para o início do fim da viagem que começamos exactamente 40 semanas antes.


Hoje, acordas estremunhada de um qualquer sonho agitado e exiges que te aconchegue.

Faz hoje 1 ano - I

E a esta hora já eu me torcia de dores, encostada às paredes de casa, enquanto desenrolava mentalmente a lista de todos os palavrões que conheço!

Agora, corres pela sala a empurrar um banco a alta velocidade...

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Do Natal

Passou quase despercebido no blog, mas vivemo-lo de forma mágica.
O primeiro Natal dela!
Que com ele, trouxe também os seus primeiros passos sozinha.
Pequenos e inconstantes mas seguros e cheios do entusiasmo próprio das grandes conquistas.
Estás tão Crescida filha...

domingo, dezembro 09, 2007

Natal

ganhou um brilho muito, muito mais especial desde que o vejo-o refletido nos teus olhos, filha!

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Bleeeeeee!

E para o desnaturado do tio Nuno que não nos vem visitar há semanas:

Conquistas ou Ai gosto tanto disto, Mãe!



escusado será dizer que disto, muito pouco chega ao estômago por mão própria, mas o ar satisfeito dela enquanto chafurda é impagável!
Até agora ainda não recusou nenhum alimento sólido que lhe tenhamos oferecido.
Mas o Créme de la créme de todas as preferências é sem sombra de dúvida... Queijo!
Quem sai aos seus...

Tentações





Actualização

Finalmente!
Estivemos 5 dias sozinhas, o que me tirou completamente o tempo para qualquer outra coisa que não ela e uns bocadinhos (básicos) de mim (e de vez em quando!).
O pai regressou bem, matamos todos as saudades e cá estamos de volta.
Em branco e sem palavras passou o 11º mês da pirralha.
A mãe redime-se já de seguida.

terça-feira, novembro 27, 2007

O regresso

Afinal foi fácil. Sem preparação ou método. A carga de trabalho, coisas para fazer e outras para deixar feitas, a isso obrigaram.
E ainda bem. Quando dei conta já estava e ir e quando voltei a reparar já regressava.
Foi bom. Correu tudo bem, comigo e com ela.
O facto de sentir/pensar que estas pequeninas separações a ela também lhe fazem bem, ajudou. Acho importante que ela se sinta bem em vária situações, mesmo que eu não esteja por perto. É isto que quero para ela, uma menina segura, com capacidade de adaptação q.b.
É claro que é dificil deixa-la ficar, mas também me soube bem, fazer coisas de mulher, de cientista, sem pensar em fraldas, biberons ou colheres de sopa.
Sinto falta, preciso disto para me equilibrar.
E pela 1a vez desde p'raí os 5 meses de gravidez, voltei a dormir uma noite sem interrupções. Ahhhhh
E ouvi-la choramingar "Ah mama" quando mesmo a dormir me sentiu de novo perto dela, encheu-me o peito.
Os avós e o Pai fizeram um bom trabalho, obrigada a eles!

terça-feira, novembro 20, 2007

1ª Separação

alguém me explica como é que uma mãe-galinha se prepara psicológicamente para a primeira separação nocturna (2 dias e 2 noites) do seu rebento-mais-que-precioso...?

(vou participar num congresso em Lisboa, esta 6ª e Sábado, e na impossibilidade de irmos todos, ela vai ficar entregue ao pai e aos avós.)

sábado, novembro 17, 2007

Tio

Eras desprendido
de poucas falas
não davas os parabéns
nem ovos na Páscoa
Assistias à troca de presentes no Natal, sem nada oferecer e ficavas envergonhadamente calado aos presentes que recebias.
Poucas vezes dizias obrigado e nunca te ouvi pedir desculpa.
E no entanto, tantas vezes vi através dos teus olhos mudos o coração grande que sabia que tinhas.
E mostras-te-o com gestos, a todos os que precisaram
Mesmo aqueles que não acreditavam
Mesmo no fim.
Vou lembrar com alegria o teu riso, que de raro, era contagiantemente sincero.
E os sorrisos.
Os últimos deste-os à Inês
Em troca dos dela, que sem te conhecer dava a miúde.
Brilhavam-te os olhos cansados. Acho que pela última vez.
Senti-te o corpo grande, magro, cheio de roupa que não parecia tua
Os óculos que escorregavam no rosto sem forças
E tu,
Que nunca foste de palavras fáceis
A quem nunca tinha visto chorar
Olhaste-me de olhos marejados, sem qualquer pudor de alma e disseste-me que não tinhas dores, que a doença era muda, que te levava as forças todos os dias. Não querias fazer o tratamento, não eras capaz. Que já tinhas vivido muito, que só não querias... só não querias sofrer muito tempo.
E assim foi, ainda que qualquer tempo tenha sido tempo de mais.
Morreste como viveste
sozinho
apesar de haver gente por perto.
Ninguém te segurou a mão.
E isso dói-me.

Vejo-te a percorrer a pé,o caminho que tantas e tantas vezes fazias a caminho de casa, quando vinhas almoçar ou jantar.
Vinhas a sorrir quando me vias e é assim que te vou guardar
Ainda que sem esquecer o resto
Mas o resto não eras tu
Era a doença a quem já tinhas vencido batalhas
Mas que te ganhou a luta da vida.

Acho que não eras deste mundo
Espero que encontres o teu lugar.
Até um dia, meu Tio.

sexta-feira, novembro 16, 2007

depois tocou o telefone

Passei o dia incomodada, pensativa, quase triste
Fui trabalhar com as ideias em turbilhão
E procurei causas
Questionei-me
Fiz um esforço e sairam sorrisos
Continuei incomodada
E continuei a questionar
Encontrei causas
Continuei a pensar
E depois tocou o telefone e disseram-me que morreste.


(adenda: está tudo bem com a Ines)

terça-feira, novembro 13, 2007

Um dia de cão

A noite tinha sido pior que má, com a pirralha rouca, cheia de febre e sem conseguir dormir.
Amanhece com os olhos chorosos e o pai ficou com ela em casa que a mãe tinha uma reunião de trabalho inadiável. A cafeína colaborou na dificil tarefa de manter os olhos abertos e a cabeça a funcionar.
Ao chegar a casa, reparei que aquele olho vermelho que parecia anunciar uma constipação iminente, se tinha transformado num olho muito vermelho, inchado e cheio de pus. O L. teve de sair para uma formação e eu segui com ela para as urgências.
Tudo rápido e eficiente, 30 min depois de chegarmos estavamos a fazer o primeiro aerossol da vida dela, para a laringe inflamada (e que drama foi...!) e 1h depois saiamos com o diagnostico de uma bébé mto simpática, de laringe inflamada e com uma infecção no olho esquerdo que obrigou a antibiótico local.
Sem dormir, cheia de fome, resmungava no banco de trás enquanto eu procurava a farmácia de serviço, e cantava todas as canções infantis ou não que me lembrava. Adormeceu imediatamente antes de estacionarmos à porta de casa. Ora bolas!
Lá a tirei com jeitinho, resmungou mas não acordou.
Ela nos braços, mais o computador, o saco dela, a minha carteira, a chucha que entretanto caiu no chão, a chave do carro e a chave de casa... Escusado será dizer que a tarefa de abrir a porta de casa sem que ela acordassse, era virtualmente impossível. E foi.
Mais resmnunguisse, olha o gato e uns sorrisos pelo meio, muito esfregar de olhos (que dá um jeitaço à infecção) e 20 min depois, estava de fralda mudada, pijama vestido, aninhada ao meu colo, enquanto se consolava de olhos fechados com um biberon de leite (sim que eu gosto muito que a menina coma bem, mas não ia depois disto tudo comprar uma guerra para lhe dar meia-dúzia de colheres de sopa!).
Aterrei no sofá. Passado um bocado a fome deu-me forças para por a torradeira e o microndas a funcionar e as 22:30h estava na caminha, com uma dor de costas tremenda (2 horas com ela ao colo nas urgências é dose!).
A noite foi mais calma, o olho acordou mais inchado, mas ela mais bem disposta. Ficou feliz ao chegar ao infantário.
E eu sorrio com ela.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Dentes

E o sorriso-2-dentinhos que me derrete, está prestes a sofrer um upgrade. Outro dente já tem a ponta de fora.
Mas ao contrário do que era "suposto" em vez de um incisivo superior, vem aí um incisivo lateral inferior.

E esta, hein?!

terça-feira, outubro 30, 2007

10 meses



Já foi!

VIP's

A Lúcia Moniz acabou de passar aqui no meu laboratório...
How odd is that?

Coração

E aperta-se-me o coração de neta.
Tenho tanto medo por ti, avó.
Não pela força que sei que tens, pela coragem que apregoas, mas não sei se o teu coração sofrido de mãe te vai ajudar.
Coração generoso, mas tão cansado, magoado, doente.
Queria tanto poder estar aí, contigo, com ele. Segurar-te a mão, confortar-te as mágoas, disfarçar a ansiedade e falar-te das coisas boas.
Mãe nenhuma devia ter que passar por isso. Tu muito menos.
E eu aqui.
Longe.
Com o meu coração de neta e de mãe, fundidos num só, à espera de te ouvir, bem, depois de tudo.

segunda-feira, outubro 29, 2007

and the winner is

Axiss da Bebe Confort


Estivemos até à última indecisos entre a Axiss e a Tobi da Maxi-cosi. Visualmente acho a Tobi mais fora do vulgar e tinha excelente desempenhos nos testes de segurança.
Mas gostámos mais do sistema de fixar a Axiss ao carro, muito simples e intuitivo, mas muito completo e seguro. O tecido sintético pareceu-nos bastante resistente, ao contrario da Tobi que por ser muito fino e macio, se deve estragar mais fácilmente. Gostamos do ajuste da cabeça, das protecções laterais e da forma de reclinar a cadeira. O sistema inovador de rodar a cadeira para podermos confortavelmente colocar a Ines e ajustar tudo de frente para nós, marcou pontos. Principalmente para quem tem um bébé grande, vale a pena.



Ainda espreitamos a Römer que é sempre muito bem cotada nos testes, mas o facto de praticamente não reclinar fez-nos logo po-la de parte.
O preço não é nada convidativo! Nadinha.
Mas demos o dinheiro por bem empregue.

Para quem também anda nestas andanças, aconselho a valorizarem o facto de a cadeira ter cintos (arnês) próprio e a forma como a cadeira se fixa ao banco do carro, de preferência com o cinto de segurança a passar na frente da cadeira e nas costas (a maioria continua a passar apenas nas costas) e com um sistema de prensa que permita tirar a folga que todos os cintos de segurança têm. Chegámos a conclusão que é este um dos factores principais que faz as cadeiras, a partir de determinado nivel de qualidade, terem melhores ou piores desempenhos nos choques frontais dos crash-test.

terça-feira, outubro 23, 2007

Serviço público

Chegou a altura de mudar a cadeira para o carro, onde viaja a pirralha.
A que temos já não cumpre bem o seu papel e isso deixa-me insegura, quando viajamos.

À boa maneira da mãe lá de casa (moi!) toca de começar a vasculhar tudo o que é crash-test, Deco testes, baby world reviews e outros afins, virar a net de fio a pavio em busca de um consenso. Certo? Errado.
Quer dizer, a procura tem sido exaustiva e o consenso até existe. Pelo menos na teoria, sim.
Bebe confort, Maxi-cosi e Römer em grande estilo, cheias de estrelinhas. Mas quando, de testes em punho me dirijo a uma loja, a fim de testar as cadeiras ao vivo, a cores, e claro, com a Inês a tiracolo, me fogem as certezas que trazia. Uma das mais seguras (Max-Cosi Tobi), parece menos confortável, a mais prática, gira e cara, é tão recente (Axiss da Bebe confort) que ainda não foi testada, um modelo ligeiramente mais antigo (Bebe confort Iseos TT), confortável, bastante reclinável e que tinha boas performances, hoje nem sequer é testada.
Raios!
Valham-nos ao menos os preços! Sim, aqui pelo menos há consenso. As ditas melhores cadeiras, são todas caríssimas!
Claro que a segurança não tem preço e é esse o nosso critério essencial.
Mas foi impossível não divagar um bocadinho, sobre como viajarão as crianças de pais que por mais que amem os seus filhos, não conseguem inventar orçamento para dar entre 300 e 400 euros por uma destas pérolas. Injustiças...

Voltando aos modelos. Outro consenso: ISOFIX. Pois claro. E... quem não tem? Pois, neste ultimo teste da proteste fica a patinar, porque as soluções testadas sem o dito sistema são cada vez menos. Sendo o mais seguro, não me pareceria mal que lhe dessem prioridade, isto se o Isofix não fosse ainda tão pouco universal no nosso parque automóvel.

E para quando equipamentos para as crianças, com uma certificação idónea de qualidade e segurança com direito a autoculante assim



Resumindo, ainda não nos decidimos. Vamos fazer mais uma incursão hoje à loja, de testes na mão, a Inês e o automóvel para testar as facilidades de fixação apregoadas.
Deus nos ajude...

(Se quiserem os ficheiros pdf dos testes 2006 e 2007 da proteste, apitem!)

quinta-feira, outubro 18, 2007

Mimo ou Compensação por um começo difícil

Acordar às 6:30h com a Inês a palrar, arrastar-me até ao quarto, pegar-lhe ao colo na esperança de a tentar adormecer e perceber que está mijada até ao pescoço.

Mudar-lhe a fralda e trocar o pijama pela roupa do dia, enquanto ela se contorce no trocador cheia de sono e de birra.

Enfiar-lhe o biberão de leite na boca enquanto rezo a todos os santinhos para que hoje seja a excepção e ela queira mamar acordada.

Não come porque está acordada e tem sono, não dorme porque tem fome. Great!

A reza foi um fiasco e dirijo-me a cozinha para lhe preparar a papa que vai salvar este começo atribulado. A birra de sono mantém-se e o carrinho parece que tem pulgas de tanto que ela esperneia e resmunga.

10 minutos depois há mais papa em mim e no chão da sala que no estômago dela. Começo a ter de contar até 10 para manter a calma. Peço ao pai para tentar, enquanto tomo banho e respiro fundo. Saio do banho, a quantidade de papa no chão não aumentou mas no estômago dela também não.

Conto até 20 e consigo dar-lhe um iogurte morno (sim, a excelência não os come de outra maneira). Menos mal.

O pai tem de sair, beijinhos e até já.

A birra de sono mantém-se e visto-me ao som das resmunguices dela.

O saco dela, a minha carteira, a mala do portatil. Está tudo. Já vamos filha, já vamos. Falta o chapéu dela que 3 segundos depois está no chão. Saio de casa, agora é que é filha!, quando ao passar pelo jardim reparo no alguidar de roupa molhada por estender na varanda.

Subo o carrinho dela para a relva e passo para dentro da varanda para estender a dita roupa. Ela acha graça nos primeiro 50 segundos, depois o sono volta a tomar conta e recomeça a choraminguisse.

Antes que os vizinhos venham ver quem é a criança abandonada, começo a cantar "atirei comida ao gato", versão caseira de "atirei o pau ao gato" (mais educativa e salvaguardadora da saude dos bichos lá de casa)e ela sossega.

Canto as vezes necessárias para acabar de estender a roupa enquanto rezo para que nao passe nenhum vizinho e me veja nestas figuras.

Já está filha! Agora é que vamos mesmo. Deito-a na cadeira, arrumo o carro na mala e arranco rapidamente.

Ela adormece quase instantaneamente, eu suspiro fundo e 2 min depois esboço um sorriso.

Depois de a deixar no infantário (sem sobressaltos) e apesar de atrasada, ofereci a mim própria um cafezinho rápido a ver o mar, antes de começar a trabalhar.

Merecido, não acham?

segunda-feira, outubro 15, 2007

quinta-feira, outubro 11, 2007

Relatividades

Hoje de manhã, no trabalho, uma colega que não me via há alguns dias:
- Epá, estás mesmo com bom aspecto!
Revejo mental e rapidamente a indumentária do dia: top de alças, camisa enrugada, calças de ganga (e respectiva nódoa do bolsar matinal da Inês), ténis.
-Hmmm, estás a falar para mim?
- Claro! Sério, estás com um ar saudável. A Inês voltou a dormir bem?
-Sim, dentro do género. Estas duas últimas noites, já só me levantei 3 e 5 vezes, respectivamente...
-Ahn?! Só!?
-Pois...

domingo, outubro 07, 2007

Ar puro

A febre deu finalmente tréguas! Nós aproveitámos a deixa, o céu azul e o sol, chamámos os gatos e armamos a barraca no jardim!

Segue a foto reportagem


Mãeee! Onde é que está o gato?




Ah! Encontrei!!


Pronto! Chega de Papparazi mãe...

sábado, outubro 06, 2007

Crescer

Com febre desde 2a feira, diarreia desde 4a, falta de apetite pelo meio, tudo patrocinado pelos dentinhos de cima que estão quase cá fora.


Apesar disso, não paras de querer crescer depressa!

Calma filha... calma...

domingo, setembro 30, 2007

9 meses

E eu olho-te com tantas e tão poucas palavras para te descrever e para descrever este amor.

Estás literalmente enorme!
(peso no percentil 50 e comprimento quase no percentil 90, a registar para a posteridade)

Mas mais do que grande, estás crescida.
Já gatinhas com perfeição e velocidade, o que te permite satisfazer o desejo perseguir os gatos cá de casa e respectivos rabos.
Tentas-te põr de pé agarrada a tudo o que encontras, mas esta habilidade ainda está em aperfeiçoamento.
A mãezite aguda instala-se mais firmemente e amplia raio de acção. É para dormir, é para comer, é para pôr a chucha a meio da noite, é para te tirar do chão mesmo quando alguém lá está a brincar contigo... Também por isso, dizes mãmã cada vez mais vezes, sempre com aquele tom de voz número 33 e os olhinhos suplicantes. (Sabe-la toda, é o que é!) Tentamos dar a volta à situação, dividindo o mais possivel as tuas tarefas com o pai, mas às vezes não dá (o berreiro desesperado assim obriga.)

O dentinhos de baixo dão-te um ar ainda mais castiço e os de cima (ainda por romper) umas dores valentes, a imaginar pelo aspecto das gengivas.
Danças e bates palminhas, quando te pedimos, quando ouves musica que te agrade ou até por veres ou ouvires aplausos na televisão.


Este Amor... Ah, este Amor é maior que eu.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Fomos

e já voltamos.
Umas mini-férias, em terras de familia, com um casamento pelo meio.
Partimos um dia mais tarde que o previsto: uma gastroenterite da Inês a tal "obrigou".
Directos a casa da minha Avó, matei saudades nos abraços e sorrisos de quem nos anseava à meses de mais. Vi-lhes o amor nos olhos sempre que sorriam para a Inês, mas vi também a doença naquele tio gigante que hoje não parece mais que um menino assustado. Sabia-o assim, mas vê-lo e ouvi-lo da própria boca, ele que nunca foi de grandes palavras, partiu-me o coração e doeu-me fundo na alma. (e lembrei-me de novo delas)


O casamento era d'A amiga de sempre. Estava linda, de sorriso feliz e eu, com a Inês ao colo, emocionada até aos ossos, enquanto deixava passar na cabeça imagens do que foi crescermos juntas, mesmo quando ficámos longe.


Depois seguimos para cima, o cantinho do país onde estão os avós paternos. A Inês conheceu (finalmente...!) o tio J. e a tia E.
2 dias passados e começamos a descer novamente o país. Depois de 3 paragens (Vila Real, Ermesinde e Porto) para ver amigos, chegámos à cidade que sinto como minha e onde me sinto mais eu. É a luz, o cheiro, os sons, a ria. Passeámos como mais gosto, a pé, de manhã cedo, pelas ruas, sob o sol. Comprámos os inevitáveis ovos moles e sorri com amigos. Na cabeça flutuavam ideias perdidas, misto de saudades boas e desejos de voltar um dia.


E seguimos viagem. Regressámos a casa. E soube bem chegar, mais cansados do que partimos. Cheios de nós e com um bocadinho de todos os que visitámos.

sexta-feira, setembro 14, 2007

E estava mesmo!

Por um fio!
O dia oficial do início da mobilidade é hoje: a Inês começou a gatinhar!!

A velocidade ainda é pouca e sempre que está a chegar perto do objecto que quer atira-se ao chão e estica-se para o agarrar.
Mas gatinha!

e acabou-se o sossego...

quinta-feira, setembro 13, 2007

Novidades

E a primeira palavra foi....

Mãmã!

(Conta a dita, inchada que nem um perú!!)

Disse a primeira vez, num acordar inesperado nocturno, choramingava baixinho, levantei-me em piloto automático até ao quarto dela e ao debruçar-me sobre a cama para lhe pegar ao colo, ouço "a mãmã" num tom choroso do mais mimalho que existe.
Ah! Filha linda! Qual sono qual carapuça! A mãe levanta-se as vezes que for preciso se prometeres falares-me sempre nesse tom de voz. Combinado?

Aprendeu esta semana a bater palminhas, a dizer adeus (quando quer, claro) e a cuspir a comida com uma cara girissima (esta parte não lhe dizemos) quando não lhe agrada. Já se tenta levantar agarrada tudo e saber gatinhar está por um fio.
Há coisas fantásticas, não há?!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Coração de mãe

Decidimos tentar.
Por nós, todos. Ainda que no fundo, soubessemos que ela era quem mais "perdia".
"Vai ser bom. Fica mais perto de nós.
Nós ficamos mais desafogados. E também com mais tempo."
Mas comecei a dormir mal. A sonhar, com a mudança. Com pormenores, que para mim não o são só. Tentava racionalizar, em silêncio para mim, em voz alta para ele e às vezes para ela.
Mas.
Por isso quis voltar lá, desta vez com ela. Para tentar tirar dúvidas,ver a reacção dela e acima de tudo das pessoas com ela. Quis vê-la lá, comigo.
Vim com mais Mas.
Não gosto de Mas. Não destes, que não são óbvios, mas têm a força de vir de dentro.
Tentei mas não consegui. Estava a ir contra mim. Contra tudo o que sentia. Não a via lá bem, não senti o carinho nas pessoas, não gostei de isto e daquilo.
Como podia ir fazer-lhe isso a ela? E a mim?
Sentia-me a traí-la, sabia que não ia ser bom e ia pensava em fazê-lo na mesma, "só" porque o esforço é grande em muitos sentidos. Porque é difícil.
Mas perante a alternativa, o dificil agora parece-me fácil.
E se o meu coração de mãe se aperta assim, não é desta que vou contra ele. Não estou habituada a que me engane.

Devia começar amanhã no infantário novo.
Mas não.
Regressou hoje ao de sempre.
E foram tantos os sorrisos, os mimos, as alegrias.
E eu vim de coração cheio e um sorriso na alma.
E esta noite já não tive sonhos maus.

sexta-feira, agosto 31, 2007

Gostos


A minha filha que não gosta de fruta, deliciou-se agora ao jantar com 2 fatias de meloa!
Arrrghhh! (Diz a mãe que detesta tal "iguaria")

quarta-feira, agosto 29, 2007

A fazer-se dificil

Géniozinho este, o dela.
Hoje e amanhã tenho de realizar umas actividades de educação ambiental previstas já há 3 meses. Assim e como a pirralha está em casa por fecho de infantário, o pai mudou as folgas para estes mesmos dias de modo a poder ficar com ela.
Pai é pai, ela até já tem permitido que seja ele a deita-la sem chinfrins de maior. Deixo as comidas preparadas, é só até à hora de almoço. Tudo pacífico, certo?
ERRADO. Nada mais errado.
Mamou às 8h da manhã, biberon dado pelo pai.
Às 11h telefono a saber noticias, tudo calmo a pirralha dorme, como de costume, um bocadinho antes de almoço que deve ser por volta das 11:30h para acertar com a escolinha nova.
Às 13:30h telefona-me o pai desesperado, Não comeu nem uma colher. Nem sopa, nem fruta. Nem na cadeira, nem no carrinho, nem ao colo, nem no chão, nem com cantigas, nem à frente do aquário. Nada. Rien. Niente.
Dou-lhe mais umas sugestões, peço para ter calma, vai conseguir.
Às 14:30h novo telefonema do pai. Continua sem comer. Não tem febre, está bem disposta, mas não abre a boca nem por nada.
Despacho-me o mais rapido que posso e sigo para casa.
Encontro-a a dormir, de barriga vazia.
O Pai com cara de quem lhe passou um camião por cima.
Acorda passado um bocadinho, bem disposta.
Decidimos ser eu a tentar dar-lhe de comer qualquer coisa, porque 8h à fome já começa a ser exagero.
Comeu tudo, sem reclamar.
Ao jantar vai de novo ser o pai a tentar dar de comer, para ver se amanhã o circo não se repete.
Oh filha, a mãe também sente a tua falta, mas não pode ser meu anjo, não pode ser a mãe a fazer tudo, a mãe não pode estar sempre ao pé de ti. E o pai ficou tão triste, meu doce.
Vá lá, vamos dar uma ajudinha ao pai, sim?

(e evito pensar na entrada no novo infantário...)

terça-feira, agosto 28, 2007

Conquista

e a 2 dias de fazer 8 meses:
Já tem 2 dentinhos!
Já tem 2 dentinhos!
Já tem 2 dentinhos!
Já tem 2 dentinhos!
Já tem 2 dentinhos!
Já tem 2 dentinhos!

Os dois de baixo. Tardaram mas cá estão e não parecem ter dado problemas de maior.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Home

as duas. Não, ninguém está doente! Quer dizer o pai está com uma constipação terrivel mas não é esse o motivo da nossa estadia em casa.
Estamos de férias! Forçadas pelo fecho do infantário mas ainda assim, de férias!

Muitos mimos, beijos lambidos, risadas, cócegas, colo e passeio, all day long.
Vai ser bonito voltar ao trabalho e à escolinha... Vai, vai.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Decisão

Sabemos que o que for melhor para ela, também será o melhor para nós.
Mas, será que o melhor para nós vai ser pelo menos, bom para ela?
Decidimos a acreditar que sim.

Porque para a semana fecham para férias, hoje é o último dia deste infantário.

Estou com o coração tão pequenino...

quinta-feira, agosto 23, 2007

Alguém me explica

porque raio é que há tantas diferenças entre a qualidade geral das instituições públicas e privadas? É o aspecto descuidado, os brinquedos estragados, os pormenores que não existem, a atenção que não têm. Hmmmpf...

Ah, estamos de novo na saga do infantário da Inês. A aproximação de Setembro, trouxe uma vaga num infantário público muito mais perto de nós, apoiado pela segurança social e por isso mais barato. Mas... Claro, há sempre pelo menos um mas...

Agora estamos de novo divididos, entre
o infantario actual (privado): mais caro, mais longe, com muito boas instalações, que tratam as crianças e os pais nas palminhas, e de onde saiu a super educadora (tb vai mudar uma das auxiliares em setembro);

o infantario para onde vai a super educadora (privado): 15 euros mais barato que o actual, igualmente longe, com boas instalações e claro com a super educadora;

o infantario publico: muito mais barato, a 5 minutos de nós, com instalações grandes mas sem graça, com mais 3 bébés por sala que qualquer um dos outros, brinquedos e espaço descuidado, deixando-me intrigada sobre o tipo de estimulação que ali se proporcionará às crianças.

E agora?! Que pilha de nervos!

segunda-feira, agosto 20, 2007

Here we go again

acordei com ela a palrar às 2h da manhã.
Arrastei-me até ao quarto dela, coloquei-lhe a chucha que andava perdida na cama e voltei para a minha.
10 minutos depois, mais do mesmo. Ela a palrar, eu em piloto automático até lá. Coloquei a chucha, virei para o outro lado e voltei para a cama.
Mais um bocado e a cena repete-se.
Aqui o meu cérebro começou a processar a informação e estranhou. Peguei-lhe ao colo e ela ardia em febre.
Acordar o pai, tirar-lhe roupa, benuron goela a baixo, deitá-la connosco, não adormece, de novo para o quarto dela, tentar embalá-la, conseguir deitá-la às 4h da manhã e arrastar-me para a cama com a cabeça como um melão.

O dia começou demasiado cedo para noite tão má. Às 7:15h a pirralha estava a "pé" e começava assim um dia a três, em casa à pala do feriado municipal que soube a ginjas. Mas em vez de passeios e a prometida ida a praia, dividimo-nos entre xaropes, lenços ranhosos e muito mimo.

Consegui acabar o livro que tinha começado à dias. Ainda estou em transe com tamanha história de coragem e tristeza e maldade e... as lágrimas assomam-se apressadamente só de pensar na menina da historia. mas disso falo mais tarde.

terça-feira, agosto 14, 2007

E cresce,

cresce, cresce...




Oficialmente, já fica bem sentada, sozinha, desde o inicio do mês. A mãe, é que ainda não tinha tido tempo para o divulgar. Cansada, com noites mal dormidas, a virose dela que passou para mim no fim de semana, e uma súbita constipação de verão, servem de motivo mas não de desculpa.
Dias melhores virão.

Ela, continua linda!

terça-feira, agosto 07, 2007

Beber ou não beber

A Inês janta às 19h (mais coisa menos coisa) e antes das 20h já está na caminha. Entre as 23h e as 24h, quando me vou deitar, se ela ainda não chamou pego nela meia a dormir e mama um biberon cheio de leite. Depois do arroto da praxe, sempre a dormir, volta para a cama sem dar um ai.
Até aqui tudo mais ou menos comum.
Todos os bébés que conheço, depois desta sessão de leite nocturna, ferram até de manhã. Ou mesmo que acordem antes, não é certamente com fome. Pois.
Mas a Inês não se junta ao clube. Quando começamos esta rotina aguentava-se até às 7-7:30h da manhã. Depois, foi diminuindo este intervalo para as 5:30-6h e esta noite fez a proeza de acordar a chorar, esganada de fome, às 4:30h da manhã! Ela nunca acorda a chorar, nem de dia nem de noite, a não ser que esteja doente ou com fome. Caso contrário palra. Estava tão incrédula (e ensonada,claro) que ainda a tentei embalar (sossegava mas não dormia) e dar água. Bem, aqui é que borrei a pintura. A princesa ficou horrorizada com tal liquido que chorou a plenos pulmões, até lhe enfiar o biberon com o liquido certo, vulgo leitinho morno, na boca. O resto foi como já descrevi anteriormente: arroto e caminha até às 8h da manhã.
Teorias da mãe:
1. A miúda tem uma bicha solitária nocturna
2. A miúda não come o que devia durante o dia

Que acham?

segunda-feira, agosto 06, 2007

Miss Cotton Candy

ou "menina algodão doce" como se diz por cá, foi um dos presentes que a pirralha ganhou com a visita desta querida e talentosa amiga


E tem-se portado lindamente a resistir aos "ataques" da Inês! Aprovadíssima!

sábado, agosto 04, 2007

Visita nocturna




ao nosso jardim.
Os gatos estavam intrigadissimos com a criaturinha, mas não lhe tentaram tocar o que nos faz pensar que já o teriam tentado antes e o resultado foi o óbvio, serem picados!
Tão lindinho!

quinta-feira, agosto 02, 2007

Zombie

É como ando hoje.
As noites tem sido mázinhas, no mínimo... A constipação não desaparece, continuam os espirros, o nariz entupido e ranhoso. À pala disto, a pirralha, que não sabe abrir a boca para respirar, começou a acordar de meia em meia hora (mesmo!), a partir das 2h da manhã, non stop até às 7h, hora em que me resignei e decidi começar o nosso dia.
Não está fácil, portanto.
Voltaram os baldes de café e sonho acordada com a nossa rede fresquinha pendurada no terraço, com o cheiro da relva cortada, o ronronar preguiçoso dos gatos...
E, a noite que se aproxima não parece trazer um cenário muito melhor.
Ai.

quinta-feira, julho 26, 2007

Fiquei sem chão

quando hoje, a educadora da Inês me confidenciou que vai sair do infantário no fim de Agosto. Teve uma proposta melhor e aceitou.
Grande parte da confiança que tenho no infantário e da segurança com que todos os dias lhes entrego a minha filha vem dela, deve-se a ela.
Ao carinho que lhe sinto quando vê e pega a Inês, na paciência, na dedicação, no sorriso, na maneira como vibra com cada vestido novo e como se entristece quando apressamos o fim de semana faltando na sexta-feira.
E agora...?

quarta-feira, julho 25, 2007

No news are not bad news

Não, não emigramos. Ainda.
Não fechei o blog, nem bati com a porta.
O computador também não deu o berro.
Mas o calor, os dias compridos de sol, as visitas à família, o fim de semana de aniversário do pai lá de casa e do sobrinho mais giro do mundo, a pirralha cheia de febre e o trabalho louco, ocupam-me os dias e as noites.

Hoje estamos todos bem. A febre dela já passou e as noites, estão a voltar à calmaria habitual.
E já vos disse que ela está cada dia mais bonita? Suspeita eu?! Nem por isso.
Ainda que a familia se choque um bocadinho sempre que me houve dizer tal coisa, a verdade é que a pirralha não nasceu bonita.
Comprida e magrinha, com umas perninhas a fazer lembrar um franguinho da Guia. Apesar de bem disposta, tinha uma expressão triste, quase pesada. Os olhos grandes e logo muito azuis, mantém-se. Mas são tão diferentes hoje! Têm um brilho de felicidade que ofusca. São vivos, muito expressivos, procuram o mundo todo com a sede própria da idade. A expressão carregada foi substituída por uma carinha de menina docemente reguila, sempre risonha e de gargalhada fácil.
Por isso, podem acreditar em mim ;)

sexta-feira, julho 13, 2007

Pela primeira vez

hoje,
não fui com ela às vacinas.
O pai está de folga e eu com um dia de cão em vista, entre bichos e reuniões. Assim, saimos todos de manhã de casa, mas invertemos papeis. Eu segui sozinha para o Z. e o pai com ela.
Podia por isso, ter-me despachado mais cedo, chegado a tempo e horas ao trabalho. Mas não.
Porque não consegui deixar de a ver mudar a fralda, de lhe por creme no corpo, de lhe escolher a roupa, de escrever no diário da creche, de a encher de beijos e ao pai de recomendações.
Não a ouvi chorar com as injecções (2 em cada perna hoje, fonix!)nem lhe sequei as lágrimas com sorrisos. Não me carreguei como um burro para sair de casa com ela + o carrinho + a alcofa + o saco dela + o portátil e a minha carteira, não fui a correr para a creche, não me carreguei novamente como um burro para a conseguir levar na alcofa a dormir (que pesa e como!) + o saco, não falei com a educadora, não distribui sorrisos e bons dias ao outros meninos, nem vim a correr para o trabalho, com mil coisas para fazer na cabeça.
Esta manhã não corri, e senti tanta falta!

quarta-feira, julho 11, 2007

Efemeride

E ontem o meu paizão fez anos!
Começa a tornar-se repetitivo isto de conseguir postar no dia seguinte.
Fomos jantar com ele, enche-lo de beijos, de colo na neta, de fotos para mais tarde recordar.
Este ano, finalmente, estamos bem pertinho uns dos outros. Talvez por isso, ou porque se ilumina de uma maneira única quando nos abraça ou pega na Inês ao colo, pareceu-me mais sorridente, ainda mais bonito. E não me enganei nas palavras do ano passado: a Inês tem tanta sorte por te ter como avô como eu por ser tua filha!
Parabéns gordinho*!

(E lembrei-me tanto de vocês amigas, que deixaram de poder abraçar o pai com os braços para ter de o abraçar só com o coração...)


*termo carinhoso utilizado frequentemente pela filha (euzinha!)

domingo, julho 08, 2007

Revolta

Estou arrepiada até aos ossos.
Enquanto fazia um zapping pela nossa bela programação televisiva de domingo à noite, passo no canal que não se vê cá em casa e paro. Está no ar uma reportagem sobre a adopção em Portugal. Não vi do principio, mas marcou-me o suficiente para estar aqui, agora, a escrever.
Impressionam-me os números, a burocracia infindável do processo, os pais que querem ser e esperam, os meninos que são e desesperam.
É no mínimo, ridículo.
Guardei-lhes os olhinhos e os sorrisos.
A revolta deles, é também a minha.
Talvez, porque faz parte dos nossos planos também entrar num processo destes, dar colo a um destes meninos ou meninas.
Talvez porque gostava de poder dar a mais.
Talvez porque ainda assim, haverá sempre colos vazios de meninos e meninos vazios de mimo.

sexta-feira, julho 06, 2007

6 meses

(post alguns dias atrasados)

Meio ano, filha!
Impressionante.
Não deixo de me abismar com o correr do tempo de ti, de nós.
Acho que já disse isto, mas é que estás mesmo linda!
Comes bem (birrinhas à parte) e dormes melhor, normalmente das 19:30h às 8-9h da manhã. Claro, com duas mini-interrupções para biberons cheios de leite que não dispensas. Quem te viu e quem te vê!

Porque a data o justifica e bébés não são só numeros mas também, fica para a posteridade, os actuais:
Peso: Percentil 50 (finalmente depois de quase sempre no 25)
Comprimento: Percentil 90 (7 cms num mês e meio!). Sem comentários.

Palras (muito)
Ris (sempre)
Fazes festinhas (principalmente na cara da mãe que se derrete toda)
Não paras quieta, o que faz prever que dentro em breve te comeces a deslocar.
E enches-nos os dias, os olhos, a alma.

Cresces e este amor por ti cresce ainda mais depressa que tu!


 
Posted by Picasa

domingo, julho 01, 2007

Curtas

O computador entregou, de vez, a alma ao Criador, por isso temos andado desaparecidos.
A Inês desenvolve-se a uma velocidade estonteante... Esta é sem dúvida a fase de crescimento, mais agitada até agora. Todos os dias temos uma coisa nova.
E a novidade da semana é estar já há dois dias a dormir no quartinho dela, sozinha!
Tem corrido bem, muito bem.
E está tão, tão linda!

Voltamos assim que novo computador nascer por cá, ainda esta semana.
Até já!

domingo, junho 24, 2007

Mobiliário

E graças aos Avós C. e T., desde ontem a pirralha já come nas alturas.
Entenda-se, na super cadeira de papa.
Ela achou o máximo, parece uma menina crescida!
Obrigada Avós!

De novo 3

O pai regressou ontem, o Avô T. ficou bem.
Chegou tarde por isso a Inês só o viu hoje de manhã, mas o sorriso dela como quem diz "Voltáste!", valeu tudo.
Estamos completas.

terça-feira, junho 19, 2007

Home alone

As duas.
O pai cá de casa foi ter com o pai dele, numa visita (antes de uma cirurgia) que tinhamos pensado fazer os três. Mas o trabalho da mãe cá de casa e os quase 800kms que nos separam, fizeram-nos ficar.
Sentimos-lhe a falta. Do sorriso, do abraço, do colo, do mimo.
Queriamos ter ido também, ver o avô T., mostrar-lhe como está grande a Inês, dizer-lhe para não ter medo, que vai correr tudo bem. Na falta de melhor fizemos pelo telefone.
Mas não é o mesmo.

Até já aos dois.

terça-feira, junho 12, 2007

Perda

Atrapalham-se as lágrimas nos olhos
E as palavras, que só estorvam embrulham-se na garganta.
Sei que vão encontrar dentro de vós
nos outros que amam
e nos que vos amam, a força para continuar.
Apesar da dor
Apesar de tudo
Apesar...
Fiquem amigas com um abraço imenso como o mar.

segunda-feira, junho 11, 2007

Embrulhada

A Inês nasceu no pico do Inverno e apesar de ser uma bebé calma, quando ficava com sono, virava um diabinho. Chorava ao nosso colo, até não poder mais e sucumbir ao sono e ao cansaço. Esta combinação fez com que a embrulhássemos frequentemente numa manta enquanto a embalávamos, acabando depois por ser deitada assim embrulhada na cama para não acordar.
Aconteceu sem propósito, mas fomos lendo entretanto, que é uma das formas mais antigas de acalmar bebés chorões. Embrulha-los devolve-lhes o aconchego, o conforto do útero da mãe.
Aos dois meses, quando descobrimos a chucha maravilha, que a fez deixar de chorar para dormir, percebemos também que a pirralha se tinha habituado de tal maneira a dormir embrulhadinha que não sabia o que fazer com os braços na hora de dormir, quando não estava embrulhada. Agitava-os descontroladamente e chorava aflita. Bastava embrulha-la novamente, para ela, quase instantaneamente, como por magia, sossegar.
Quando agora aos 4 meses e pouco a Inês adoeceu pela primeira vez, com febre bastante alta, fomos confrontados com a dificuldade que é, a meio da noite, ter de arrefecer um bebé a escaldar. Ora, cheia de sono, chorosa com a febre e desembrulhada, não foi tarefa nada fácil sossegar a Inês. Acabámos muitas vezes por ter de a deitar na nossa cama, só de body e a segurar-lhe as mãozinhas junto ao peito, tentando simular o “embrulho” e quando a febre começava a baixar, voltar a embrulha-la novamente, semi-nua.
Foi dose e nesta altura, comecei a maldizer a dita técnica.
Entretanto o calor começou a apertar e o problema começou a pôr-se também na creche, para dormir as sestas. Sem a embrulhar não dormia, embrulhada suava litros.
Lemos técnicas para os desabituar aos poucos de serem embrulhados, primeiro um braço de cada vez, etc. Mas não funcionava com a Inês.
Por isso, decidi acabar de repente com o embrulhanço. Aproveitei um fim de dia cheia de sono, depois de muita galhofa na cresce e toca de a deitar assim, solta. Vira para um lado, vira para o outro, resmunga um bocadinho, puxa a chucha, aperta a fralda contra o corpo, choraminga, a mãe aconchega et voilá, ao fim de 5 min, virou-se para o lado e dormiu.
A partir desse dia, acabou-se o embrulhanço lá em casa!.

Agora nunca sei como a vou encontrar na cama, porque passou a dormir nas posições mais estranhas, quase sempre toda atravessada na cama, braços tipo Cristo na cruz ou então aninhada tipo bolinha. O balanço é muito positivo e se fosse necessário, voltava a usar a técnica com outro filho, mas agora com a consciência de que mais tarde, é outra coisa de que temos de os “desmamar”.

quarta-feira, junho 06, 2007

First time ever!

Amanhã explico melhor, mas preciso registar para a posteridade, que hoje, pela primeira vez, a Inês adormeceu, para o sono da noite, sozinha na cama dela (como de costume), sem estar embrulhada!!

Que vitória, filha!

A ver vamos como corre pela noite dentro... Se não tenho de arrumar os festejos na gaveta e voltar a embrulhar-te na cama.

terça-feira, junho 05, 2007

Música

Esta dá-me cócegas no pés... Apetece-me... Abrir os braços e dançar com o vento!

sexta-feira, junho 01, 2007

quarta-feira, maio 30, 2007

5 meses

tenho de o repetir, de novo para me convencer.
5 meses de ti.
E estás tão bonita filha. No verdadeiro sentido da palavra.
És uma bébé alegre, simpática, sempre de sorriso pronto.
Esse sorriso que me faz sorrir só de pensar nele.
Que me enche os olhos de lágrimas tontas de felicidade, por te ter, por teres vindo de dentro de mim, por seres, também, eu.
E é tão grande este Amor.
Transpira quando estamos perto, sufoca quando estamos longe.
E depois há os teus olhos. Azuis e grandes como o mar. Cheios de uma luz, tão... que nos procuram, que procuram o mundo todo. Que me enchem a alma.
Sentimos-te a aprender a cada segundo.
E nós aprendemos contigo.
A ser pais, a ser melhor, a ser Amor.

terça-feira, maio 29, 2007

De volta

Ela ao infantário
Eu ao trabalho.
E fez-me bem. Vê-la de novo bem, a ser bem recebida, cheia de miminhos e sorrisos.
E soube-me bem, voltar a pensar, a mexer, em coisas de gente crescida.
Preciso da ginástica intelectual.
Gosto do desafio.
Ainda que questione tantas e tantas vezes, se é isto que quero fazer para o resto da vida.
Perguntava outro dia ao P. :
O facto de sermos bons nalguma coisa não implica que tenhamos obrigação de a fazer, pois não?
Falou-me sobre uma qualquer teoria biblica sobre desperdiçar dons...
Ficámos de pensar melhor sobre o assunto. Gostamos de o fazer.

sexta-feira, maio 25, 2007

Up and down

Cá continuamos.
As duas, ao sabor da febre
E a febre ao sabor dos benurons e brufen.
Uma montanha russa que parece nunca mais terminar.
Raios!

quinta-feira, maio 24, 2007

Estreia

Ontem, nas urgências pediátricas do hospital que a viu nascer.
Das 20h às duas da manhã.
A febre alta continuava e depois de duas chamadas para o Doi-doi-trim-trim fomos aconselhados a ir.
1º Diagnóstico: um bocadinho de corrimento nasal, pulmões limpos, desidratação leve.
Vamos fazer análises ao sangue e à urina.
Ficamos a conhecer também os benditos pensos EMLA.
A Inês foi uma corajosa, não deu um Ai, nunca. E ainda distribuiu alguns sorrisos. Médicos e enfermeiros estavam abismados com o comportamento dela (e claro com os olhos lindos!).
2h, muito colo e kms feitos nos corredores depois, vieram os resultados das análises.
2º Diagnóstico (outro médico): Um bocadinho de corrimento nasal, análises tudo ok, febre de novo a subir, não está nada desidratada. Não apresenta nada que justifique febre tão alta.

Resumindo: tudo na mesma. A febre continua, subindo e descendo ao ritmo dos benurons, ela murchinha, cheia de miminho. A mãe com ela em casa, para lhe o dar em abundância.
E à tarde temos consulta na pediatra dela.

quarta-feira, maio 23, 2007

Outra vez

doente.
Cheia de febre, a dormir mal, muito mal.
Sempre a choramingar, a acordar.
Custa-lhe a respirar.
De novo as duas em casa.

segunda-feira, maio 21, 2007

Alguém me explica

como é que a minha filha-não-quero-mais-mama-detesto-biberons, passa de um dia para o outro a mamar 150ml de leite em pó pelo biberon?

Foi assim mesmo. Aliás, foi um bocadinho mais agudo. 5a feira de manhã, acordou com fome e recusou a mama. Tirei leite com a bomba, coloquei no biberon e consegui que engolisse 40ml (uma fartura!) entre choros e esperneios. Foi assim para a creche. Nesse dia enviei leite de lata para a creche, para lhe tentarem dar ao lanche.
Mamou os 90ml que tinha mandado.
Na 6a feira, agarrada à teoria que mais vale sobrar que faltar, mas sem grande convicção admito, enviei leite para 120ml.
Mamou tudo num ápice e ficou a chorar por mais. Literalmente.
Desde então, ao lanche e à noite, mama quase 180ml, com ar de consolada.

Sofrem as mamas, injustamente rejeitadas e que continuam teimosamente a produzir leite, agora só utilizado em papas.

Sinceramente, ele há com cada uma...

sexta-feira, maio 18, 2007

Hmmmpfff

Que bem que sabia agora aquele marzão azul turquesa...

Sim, hoje de manhã, enquanto enfiava os pés no lodo da Ria de Alvor, em busca de uns bichinhos que precisamos estudar, com o sol a torrar cada centímetro de pele, entre palavrões e impropérios adequados ao momento, lembrei-me que fez agora 1 ano, estávamos longe... bem longe.

Escusado será dizer que depois desta partida da memória, foi muito agradável continuar pelo lodo fora... Arrrgghhh


quarta-feira, maio 16, 2007

Mal

Bastante mal, foi assim a minha noite.
Depois das dores nos rins e ao acordar a meio da noite para dar de mamar a Inês, senti-me mal. Consegui aguentar até que ela parasse de mamar, acordei o L. e passei-lha logo para o colo.
Corri para o WC.
O resto não foi bonito de se ver, pelo que dispensa descrições. Pelo meio, comecei a suar frio, arrastei-me até ao quarto e quase desmaiei. O L. aflito com a Inês ao colo, que entretanto vomitou, chamava-me a tentar obter uma reacção. Foi passando aos poucos. Mudou-se a roupa à Inês, voltámos para a cama.
De manhã tudo mais calmo, mas senti-me muito fraca, sem forças.
O pai tirou o dia, e ficou em casa a tomar conta de nós.
O meu estômago está do tamanho de uma noz e nos intestinos trava-se uma autêntica batalha campal.
Aiii.

terça-feira, maio 15, 2007

Bem

Muito bem, é assim que tem estado a Inês na nova escolinha!
Ontem e hoje já ficou sozinha, mas ainda a fui buscar mais cedo. Às 15:15h já estavamos juntas outra vez. Alguma vantagem tem de ter o belissimo estatuto de bolseira de investigação científica...
Já começou a fazer soninhos maiores e até adormeceu por duas vezes na espreguiçadeira, facto inéditoo até agora.
Deixo-a tranquila e encontro-a bem.
Por isso vou tranquila e fico bem.

Hoje, não muito bem, mas porque o virus que atacou a pirralha no caminho de saida passou pela mãe. Os mesmos sintomas com a pequena variação de substituir os vómitos por dores incríveis nos rins.
Tal como os bébés, as mães também não deviam ficar doentes, pois não?!

domingo, maio 13, 2007

Doente

pela primeira vez, a princesa.
A noite foi de muito má lembrança: vómitos, diarreia, febre, mudança de fraldas e de roupa vezes sem conta...
A manhã trouxe a calma que o fim do dia, agora voltou a roubar. Mais febre, de novo diarreia.
Experimentámos pela 1a vez o Doi doi trim trim e gostámos. Preferíamos era não ter tido de começar tão cedo, mas como disse a pediatra na última consulta: " preparem-se porque menino de creche é menino doente".
E assim foi.
E custa tanto.

sábado, maio 12, 2007

Balanço

Dois dias na nova creche.
Ou melhor, uma manhã e um dia.
Tudo sobre rodas! Fomos sempre as duas. Na 1a manhã, passei a maior parte do tempo com ela, mas pedi à educadora para ser ela a dar-lhe o almoço. Comeu bem, sempre muito sorridente. Ontem já almoçou e lanchou, sempre pela mão da educadora. Ausentei-me por dois períodos de meia-hora e encontrei-a bem.
Está sempre de olhos bem abertos, espantada com tudo e com todos.
Dormir é que é pior... E ela que precisa ainda tanto de dormir senão fica intratável. Estranha os barulhos todos, os gritinhos e gargalhadas dos meninos. No primeiro dia adormeceu ao colo e o sono durou 10 minutos. Ontem adormeceu também ao colo, uma vez meu, outra da educadora e fez sonos de 15 e 40min respectivamente. Nada mal. Acho que assim que se habituar ao barulho, vai voltar a adormecer sozinha na cama, como faz sempre em casa.
Tem compensado a falta de sono durante o dia, dormindo das 19h às 8:30h da manhã! Com uns humm, annhh, pelo meio nas horas de mamar. Apenas o suficiente para eu ouvir e a pôr a mamar, a dormir claro! (E que bem ela tem mamado estas noites!)
Na segunda-feira já fica sem mim, mas vou buscá-la às 15h.
Podia continuar a ir com ela, puseram-me a vontade para isso, mas acho que não se justifica. Sinto-a bem, tranquila e por muito que adore estar com ela, vamos começar a passar os dias assim, eu num lado e ela noutro, por isso não faz para mim sentido, atrasar-lhe a compreensão dessa realidade.
Começam tão cedo a caminhar sozinhos...

terça-feira, maio 08, 2007

Et voilá!

A mãe não se conformou
O pai apoiou
E arranjámos outra solução.
No caso, outro infantário.
Mais fora de mão, o dobro do preço, mas também com melhores instalações, com melhores educadoras. Com um programa de adaptação dos bébés (e dos pais...). Posso entrar e sair à hora que quiser.
Gostei muito.
Gostámos muito.
Se não me der a preguiça (tem sabido tão bem estar com ela em casa), começamos amanhã!
As duas!

sexta-feira, maio 04, 2007

Não gosto

Não gosto da maior parte das instalações
Não gosto de uma das educadoras
Não gosto de ter que ser eu a levar uma espreguiçadeira ("senão, como ainda não se senta, tem de ficar o dia todo deitada na cama")
Não gosto de não poder entrar na creche quando quero
Não gosto de precisar de pedir autorização a directora para ir buscar a minha filha mais cedo
Não gosto que ao faze-lo fora das horas estipuladas, a minha filha me seja trazida ao portão, não me podendo sequer aproximar da recepção, quanto mais da sala dela.

Procurámos tanto, visitámos tantos infantários, inscrevemos a Inês em meia dúzia deles e no fim, acabámos por não ter escolha, porque era o único que tinha admissões em Maio. Os restantes só em Setembro.

Ainda por cima, à noite enquanto arrumava as coisas dela, descobri que me mentiram em relação ao que lhe dizem, lhe tentaram dar de comer.
Não suporto que me mintam. Muito menos quando o que está em causa é a saúde da minha filha.

Não confio e por isso não me conformo.
Hoje, o pai está de folga e eu de gazeta. A Inês connosco.
Vamos os três tentar arranjar outra solução.

(Obrigada pela força)

quinta-feira, maio 03, 2007

Dia 2

Hoje, de manhã, não chorei.
Enchi-me de coragem
Enchi-te de beijos
E lá fomos.
Ao chegar, o coração apertou-se
Da boca sairam as instruções de comida e dormida
Dos braços saiste-me tu.
Corri o dia todo
A tentar cumprir o dever
A tentar pensar em coisas boas
Em ti, bem.
Fui-te buscar, entrei a sorrir.
Encontrei-te a chorar, sozinha a um canto, com olhos de quem já o estava a fazer à bastante tempo.
O coração apertou-se outra vez e apertei-te nos braços.
Balbuciaram desculpas sobre o complicado da hora, com crianças tão diferentes...
Deram-me informações de comida e dormida.
"Comeu mal... chora bastante com sono... dormiu 20min o dia todo.... ela habitua-se."
Apertei-te com força, enquanto te enchia de beijos e saí.
Quando te olhei novamente já dormias.
Hoje, de manhã, não chorei.
Hoje, chorei à tarde.

quarta-feira, maio 02, 2007

Lágrimas

muitas, minhas.
o coração dorido
fora do peito
ficou com ela.
a cabeça tambem.
só o corpo está comigo
vazio, a tentar trabalhar.

terça-feira, maio 01, 2007

De mim para mim

Nem acredito pá, é já amanhã! Mas que merda!
Como é que eu a vou conseguir deixar lá? Tão pequenina, tão indefesa! F#$%-#&!
Que raio faz um bébé tão pequenino no meio de outros? Pegam doenças uns aos outros, é o que é! Qual brincar, qual quê! E ela que tem sido tão saudável...
Ai, e quando tiver sono... Será que vão conseguir adormecê-la? Será que vai acordar a sorrir, como faz sempre em casa, quando for um rosto desconhecido a primeira coisa que vê?
Ai que aperto no coração.
Parece que a vou abandonar num país estranho, onde ninguém fala a língua dela.
A minha princesa, sozinha no mundo pela primeira vez.
F#$%-#&!

De mãe para filha

Meu anjo, já dormes descansada e amanhã quando acordares, começa um dia muito diferente dos que temos tido. A mãe vai levar-te aquela escolinha muito bonita chamada A Turma dos Traquinas, lembras-te? Vais conhecer melhor aquelas duas senhoras muito simpáticas que vão tomar conta de ti por um bocadinho, enquanto a mãe vai trabalhar.
Sabes meu amor, lá vão estar mais 5 ou 6 meninos, pouco maiorzinhos que tu. Ainda não consegues brincar com eles, mas de certo que te vão fazer sorrir muito.
A mãe escreveu um "livrinho de instruções" com os teus hábitos e rituais, para ajudar as senhoras a entenderem-te. Expliquei os teus primeiros sinais de sono, como gostas de adormecer, as coisas que te acalmam.
Vais fazer uns soninhos bons, comer a papa toda e quando deres conta, já a mãe vai estar a entrar pela porta a dentro, para te encher de mimos e trazer de novo para a nossa casa, sim?
À noite enroscasmo-nos nos braços uma da outra e contamos o nosso dia, combinado?
Vai ser muito divertido, vais ver!

segunda-feira, abril 30, 2007

Negação

NÃO.
Não faltam só dois dias para ter de ir deixar a minha filha num infantário.
Não.
Não.
Não

sexta-feira, abril 27, 2007

De mal a pior

Nem mama, nem biberon, nem leite à colher, nem coisa nenhuma...

As fitas para mamar quando está acordada estão no auge e há dois dias que nem 10ml conseguimos que mame no biberon. Nestes dois dias perdeu também 2-3 refeições por se recusar a comer. Quer dizer, a mamar, a beber leite, porque se o mesmo lhe for apresentado acompanhado da bela da papa numa colher, come como gente grande!

"Mas filha, tu ainda nem 4 meses fizeste, tens de BEBER leitinho para cresceres forte e saudável. Sim, eu sei, gostas mais da papa e da fruta, mas a Drª disse que só podes comer papa 1ª vez por dia e a fruta é sobremesa. E as restantes, como é?"

Qualquer sugestão criativa, para lhe conseguirmos dar o leite é muitissimo bem vinda!

(Hoje consegui que jantasse 80ml de leite misturados num puré de maçã e com uma colher de papa... haja imaginação!)

terça-feira, abril 17, 2007

domingo, abril 15, 2007

Medos

Hoje, ao assistir numa série ao desenrolar abrupto de um parto onde os bébés estavam em risco, dei por mim agitada, senti o coração apertar-se e os olhos marejarem-se de lágrimas.
Vivi tudo outra vez e percebi, como está ainda (estará sempre?) tão presente.
O medo.
De entre tudo
O bom e o mau
O medo ganha.
Arrepia-se-me a alma.
Tive tanto medo de te perder, filha.
Mesmo antes de verdadeiramente te ter tido.

sexta-feira, abril 13, 2007

Ponto para a Mãe!

Pois é! Ontem foi de tira-teimas na pediatra. E a técnica de lhe dar de mamar a dormir deu frutos ou melhor, gramas! Mais precisamente 130g em 3 dias! Maravilhoso!
Portanto, tudo bem com a pirralha e com o leite da mãe. Apesar disso, e porque funciona mas não é uma boa solução, a pediatra autorizou a introdução da 1ª papa a uma refeição. À noite e como mamou mal, decidimos experimentar e o resultado foi: filha toda contente, a adorar o sabor e a dar jeitinho com a colher! Decidi continuar a dar prioridade à mama e por isso tento sempre primeiro que ela mame. Se mamar bem fica por aí, se mamar mais ou menos ou mal, segue a papa em menor quantidade claro!

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quarta-feira, abril 11, 2007

Mamar ou não mamar

Por vontade dela, a palavra de ordem é definitivamente, não mamar.
A mãe, como QUASE trintona, muito persistente (não teimosa!) que é, decidiu que era um bocado cedo para a menina decidir fazer regime e vá de a fazer comer.
Como? Fácil, muito fácil.
Depois de constatar que apesar das fitas diurnas, à noite, a dormir continuava a mamar bem, comecei a antecipar-me a ela e a levantá-la da cama perto da hora de mamar, sem que ela acordasse. Resultado: a dormir a miuda mama que é um regalo.
Funciona, mas não é obviamente solução. Tirei estes dias para ver se ela recupera, mas quando tiver de trabalhar, não consigo antecipar os sonos dela desta forma, por isso amanhã vamos propor a pediatra iniciar mais cedo a introdução de papa feita com o meu leite. Tenho um feeling que a pirralha vai comer bem à colher. E assim, sempre garantimos um extra de calorias.

Continuamos a tentar o biberon. E agora à noite, depois do banho, cheia de fome, recusou a mama. Descongelei leite e tentei o biberon. Consegui que mamasse 70ml. Ainda longe dos 150ml que retiro quando esvazio o peito com a bomba mas o dobro do que já tinha alguma vez mamado assim. A ver vamos...

E amanhã é dia de pesar. Ai...

The day after

Cultivar o ócio
Cheirar a chuva
Saborear marido e filha
Ver compulsivamente episódios da Anatomia de Grey
(presente de aniversário da filha, disse o pai).


Soube tãaoo bem!

terça-feira, abril 10, 2007

29

e quem faz anos hoje, quem é..?

Dias dificeis

têm sido estes.

A Inês continua a não querer mamar. De tal forma que este fds esteve 7h sem comer, das 6h da manhã às 13h... E às 13h quando mamou, fe-lo só de uma mama e com fitas pelo meio. Tirando a hora de mamar, está super bem disposta e palradora, ri-se imenso.
Já experimentamos o meu leite no biberon, leite de lata no biberon e nada. O maximo que conseguimos que ela mame são 40ml e demora quase 20min...

Ontem foi dia de pediatra nova e o vaticinio foi : Ela está a desenvolver-se mto bem, mas tem de mamar.
"Engordou" 30g em 10 dias. Para quem costumava engordar 500g em 15 dias...
5a feira temos consulta outra vez, para lhe contarmos como está e a pesarmos. Se não mudar de comportamento até lá, na 6a vamos ter com a pediatra ao hospital para despistar uma possivel infecção urinária ( que definitivamente não acredito que tenha).
Até me arrepio só de pensar. Para a análise da urina, a recolha tem de ser feita com uma sonda, para garantir que não há contaminação. Medo. Muito medo.

Ai.
Suspiro...

quarta-feira, abril 04, 2007

Pais e mães desta blogosfera

procuramos avidamente o CD da Leopoldina e o Mundo encantado dos brinquedos!
Estamos fartos de correr hipermercados, FNAC's e afins.
Nada.
Não o encontramos em lado nenhum.

Por isso, se alguma alma caridosa souber onde o podemos encontrar ou tiver o cd aí por casa e não se importar de nos fazer uma cópia, agradeciamos imenso!

terça-feira, abril 03, 2007

Não é justo...

diz o pai de manhã.
"Levantares-te n vezes durante a noite, e de manhã não poderes dormir até mais tarde porque tens de ir trabalhar!"

Pois não, não é. Mas é bem feita para aprender a não ser burra!
E hoje custou.
Suspiro...

segunda-feira, março 26, 2007

Manias

Há miúdos que não gostam de sopa
outros que não gostam de peixe
A Inês decidiu há uns dias que não gosta de comer quando tem sono.
Sim, ao contrário da maior parte dos bébés que conheço, que adoram a mama para adormecer, a Inês começou recentemente a recusar-se a mamar quando o sono é maior do que a fome.

O problema é que isto pode acontecer mesmo estando ela há 3h ou mais sem mamar, basta que acorde demasiado cedo de uma sesta, ou o banho se atrase, para termos "tourada".
Tourada porque ela luta comigo e com a mama como se estivessemos numa arena!
Agarra-a na boca, puxa, larga, chora, agarra outra vez, larga de nova, agita braços e pernas e chora zangada! A solução nestas alturas, (descoberta por acaso) é levantar-me e literalmente pendura-la na mama enquanto ando com ela pelo quarto como se a embalasse para dormir. Assim que pega, mama normalmente como se nada se passasse. Há também uma variante, bastante comum agora que é mamar de uma mama e recusar a segunda, ficando satisfeita e ultra bem disposta, até dai a 3h. Ela que até há 15 dias atrás era uma super mamona!

Ele há com cada uma...

segunda-feira, março 19, 2007

Para os pais da minha vida

o meu e o da minha filha.

Um é o há 28 anos, o outro comemora o dia pela primeira vez.
Um é veterano, o outro marinheiro de primeira viagem.
Mas têm muito em comum:
O carinho que trazem no olhar
E a doçura nos gestos quando nos encontram.
Os beijos e os abraços sem número.
As palavras de conforto
O colo que nos aconchega
O amor desmedido
E o sorriso que nos enche a alma.
São assim os nossos pais.

Esperamos que sintam todos os dias o lugar especial que ocupam nas nossas vidas.
Mas a eles
Hoje
O nosso obrigada.

segunda-feira, março 12, 2007

Extremos

E enquanto o resto do país vai até à praia
Nós, na terra do sol quente
Passamos assim os últimos dois serões
Não, o Algarve não foi assolado por uma onda de frio polar, nem estamos com nenhuma doença esquisita que nos faz baixar a temperatura corporal.
Mas custou tanto conseguir e por a funcionar uma salamandra que encaixasse mesmo na nossa lareira, que decidimos queimar (literalmente!) os últimos cartuchos do Inverno.
E como a Inês vai para a cama às 20h...
Tem sabido tão bem....!

sábado, março 10, 2007

O milagre da chucha!

E depois de inumeras tentativas


the winner is



A mais feia (agora parece-nos linda!), menos anatómica e sem qualquer tecnologia xpto.
A chucha que a Inês aceitou. Ou melhor, adoptou como companhia de dormir.
De bébé calmo e bem disposto, que fazia regularmente umas birras monstruosas para dormir (dia e noite), a Inês passou a adormecer sozinha na caminha dela, em menos de 10min, sem colo nem choro. Começa a ficar com soninho, levamo-la para o quarto, fechamos as cortinas, deitamo-la na cama, chucha na boca, aconchegamos a roupa e voilá! Impressionante...
Aconteceu há 3 dias, mas estavamos tão incrédulos e maravilhados que tive medo de vir deitar foguetes cedo de mais. Mas não. Veio para ficar.
O nosso bébé anjinho, que virava diabinho com sono, passou a bébé super anjinho!

Palminhas para a Inês e uma vénia para a chucha.


PS- Só a aceita mesmo na altura de dormir, fora isso continua a cuspi-la fora e a fazer caretas, como fez sempre a todas as outras.

quarta-feira, março 07, 2007

2 meses


Correr

tem sido a palavra de ordem.

Corre o tempo
O que passo contigo e o que passo longe.
Correm os dias que já tens, os que já passaram desde que te temos.
Corro eu para abraçar tudo.
Corro para o trabalho, porque saio sempre atrasada.
Corro no trabalho, para não chegar atrasada a casa.
Correm-me as ideias na cabeça a uma velocidade estonteante.

Tento pensar em tudo o que preciso fazer, num lado, noutro, para fazer depois depressa e bem.
Está a funcionar. A custo, mas está. Continuas a não pegar no biberon, o que me faz andar para trás e para a frente, em viagens de 20min cada, para te dar de mamar de 3 em 3 horas. Apesar do desgaste, confesso que me sabe bem, poder estar contigo regularmente ao longo do dia.

Descobri que não me divido entre ti e o trabalho. Multiplico-me. Ganho mais braços, pernas mais rápidas. Sossego quando te vejo, quando te tenho nos braços, quando te olho nos olhos, quando te cheiro. Cresce a mulher, agiganta-se a mãe.
Mas continuo arrependida.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Ai

filha, se arrependimento mata-se... A tua mãe já tinha "embarcado".
Amanhã é dia de trabalho.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Cresces

a olhos vistos filha! E estás tão bonita! Sim, sou suspeita, mas a verdade é que és mesmo.
Ganhas mais de 1kg por mês e a roupa que vestiste ontem, amanhã já está arrumada.
Dás-nos noites muito boas, acordando apenas 1 vez para mamar. Os sonos de dia é que variam muito. Tanto podes estar no mundo dos sonhos 2h como 20 minutos.
Nunca te esqueces é de mamar! Esse teu estômago parece um relógio suiço... De 3 em 3h lá vamos nós para o nosso namoro a duas. E é tão bom...
Sabes, temos uma colecção de chuchas invejável! Pena que tu não estejas minimamente interessada nisso. Quer dizer, lá te consigo convencer de vez em quando a aceitares uma delas ( e só essa!) mas apenas quando estás bem disposta o que não serve de grande coisa.
És bastante calma, mas quando te zangas, é a sério! Choras como se te tivessem a arrancar pedaços e nessas alturas dificilmente sossegas noutro sitio senão no meu colo.
Estamos desde a semana passada a apresentar-te o biberão. Com o leitinho da mãe, claro. Mas a coisa não tem corrido muito bem e à semelhança da chucha, já temos no armário, de quase todas as formas e feitios. Primeiro não sabias agarrar as tetinas, abrias a boca toda como fazes na mama da mãe. Depois percebeste que dali saia leite e começaste a tentar, mas só ao 4º biberão diferente, acertamos com um que te "agrade". Treinamos todos os dias um bocadinho, mas tu não te deixas enganar. Pouco bebes e reclamas com rapidez a mama da mãe.
Mas filha, a mãe assim fica aflita. É que já esta 5a feira, vais ter de começar a ficar umas horinhas de manhã com o pai e pode chegar a tua hora de comer sem que eu esteja. É que como a mãe não tem horário no trabalho, nem sequer obrigatoriedade de lá estar todos os dias, e porque o pai gostava muito, decidimos dividir a maternidade os dois. E os meus 2 meses estão a acabar.
(Tenho que te confessar que parte de mim se arrepende todos os dias disto. Sinto que substimei o meu papel. Não pensei que ia haver alturas que ninguém me ia conseguir substituir. Mas é verdade, e tu mostras-nos isso todos os dias, várias vezes.)
A verdade é que não me apetecia pensar em mais nada de importante senão em ti.
E tu és tão importante, filha!
És a coisa mais bonita que fiz na vida.
O meu amor perfeito.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Angústia

Chegou sem avisar.
Com a força de uma onda em dia de mar revolto.
Sei que não vou poder ficar sempre contigo, filha. Dentro em breve vou ter de te deixar nos braços de alguém que não te conhece, que não ama cada bocadinho teu.
Ainda falta, dizem. Eu sei... Eu sei... Mas por longe que seja, parece-me sempre cedo de mais. E hoje senti-o como se fosse já amanhã.
Aperta-se o peito e a garganta.
Engulo em seco as lágrimas.
Olho para ti e peço ao tempo para parar. Já.

terça-feira, janeiro 30, 2007

1 mês

de ti!

Como passa depressa o tempo, meu anjo! Ainda me arrepio quando penso nessa noite. Na tua noite. Não nos conseguimos imaginar sem ti aqui, nem queremos.
Enches-nos os dias e as noites.
Já nos olhas, ouves muito atenta, a absorver o mundo à nossa volta. Com uma serenidade no olhar de quem está de bem com a vida. Sinto-te feliz. E isso enche-me a alma.

No geral portas-te muito bem, excepção feita para a birrinha que começas-te a fazer ao princípio de todas as noites e que muitas vezes dura até às 3h da manhã. Mamas quase sempre como se não houvesse amanhã o que muitas vezes resulta em soluços. Fazes intervalos de 3h horas durante o dia e 4-5h durante a noite. E houve até uma noite que nos presenteaste com 7h seguidas!
Para desgosto meu, não gostas de chucha. Já experimentamos umas quantas e nada.
Ainda estamos os 3 em casa e dividir as tarefas com o pai tem sido uma ajuda imensa. Só não te dá mama porque não tem. Temos um super pai! Muda fraldas, dá banho, dá colo, lava e estende roupa e claro, enche-nos de mimos.

Um sorriso imenso e intenso como os teus olhos

E como diz a canção:
Amo-te mais água que as torneiras
Amo-te muito mais alto que as nuvens
Amo-te mais ventos que as tempestades
Amo-te mais, mais.
Amo-te mais palavras que um livro
Amo-te muito mais noites que o verão
Amo-te mais longe do que o Japão
Amo-te mais, mais.
Sushibaby, amo-te mais e mais e mais e mais e mais!

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Foi assim nascer

Quinta-feira, 28 de Dezembro, 9h da manhã, o L. saía para o trabalho, fui à casa de banho e constatei alegremente a saída do rolhão mucoso. Ainda apanhei o L. junto ao carro para lhe contar, insisti para que fosse trabalhar na mesma, porque o processo só agora estava a começar.
Passei o dia com algumas "impressões" mas sem contracções efectivas. Almocei descansadamente com os meus pais. Tudo pacífico.

Sexta-feira, 29 de Dezembro, 4h da manhã, mais uma ida ao WC e mais rolhão mucoso. Contracções, nem sinal. Por volta das 10h da manhã, decidi ligar ao obstetra a fazer-lhe o ponto da situação. Sugeriu que me dirigisse ao hospital para ser vista e saber em que pé estavam as coisas.
Assim fizemos 1h depois. Entrei no Hospital do Barlavento por volta das 11:30h da manhã, fui logo atendida e fizeram-me o belo do "toque". Argghhhh. Estava tudo a correr tão bem, não havia mesmo necessidade! Depois de a muito custo me conseguir inspeccionar as entranhas, a enfermeira constatou: colo do útero bem fechado, sem dilatação.

Regressamos a casa, agora bastante desconfortável e com mais contracções mas pouco dolorosas.
Este estado de "não dor" alterou-se pouco depois e comecei com contracções efectivas e ritmadas por volta das 13h. Almoçámos em casa, com a irmã do L., o Z. e o sobrinho A., que vieram esperar a Inês connosco.
A tarde foi de contracções e ao fim do dia decidimos ir dar um passeio a pé pela falésia para me tentar distrair das dores, já muuito fortes. Escusado será dizer que parámos milhares de vezes, para eu respirar agarrada a qualquer coisa, enquanto o meu corpo se preparava.
Tentei jantar, mas sem sucesso. As contracções eram demasiado fortes, mas continuavam espaçadas de 5 em 5 minutos.
Por volta das 22h decidimos ir novamente ao hospital. Avisei a família e a amiga que havia de dar noticías nossas aqui.

Fui atendida rapidamente, mais um toque e o veredito: 2cm de dilatação e vai cá ficar. Nem queria acreditar! "Só?! Desde as 13h com contracções e só 2cm?! Tou feita..."
Foram avisar o L., enquanto me "preparavam" e levaram-me para a sala de partos. Estava tudo calmo. Era a única mulher em trabalho de parto.
Chegou o L., com um sorriso nos lábios, contei-lhe o que se tinha passado na ausência dele e disse à enfermeira que queria levar epidural.
"Ui, vamos lá ver se vai ser possível... Só temos a Dra. XX e falta pouco para a meia-noite (Só dão epidural até às 24h!!!!!). Daqui a pouco a parteira vem vê-la e logo vemos se dá. Pode ser que sim." Simpática mas pouco convincente.
Eram 23 e pouco e fiquei só com o L. O CTG ligado ia-nos mostrando a Inês e as minhas contracções que chegavam aos 70% (Uuuiii). Apesar das dores, consegui sempre fazer a respiração que devia e não cheguei a fazer uso da lista mental de palavrões que tinha preparado.
Faltavam 10min para a meia-noite, entra a parteira. Carrancuda qb, mais um toque e outro cm de dilatação. 3 ao todo.
Voltei a lembrar a epidural e a resposta: "A esta hora?! Não me parece! Nem sei onde está a anestesista! Já se vê." E saiu com o mesmo ar carrancudo com que entrou.
Apesar de uma esperançazinha que quis manter, a verdade é que com aquela boa-vontade ficámos convencidos que não se iam esforçar minimamente para me darem a epidural.

Mas precisamente às 24h eis que chega a parteira e a anestesista. Simpática e conversadora, pediu ao L. para sair. Prepararam-me, enquanto me explicava o que ia fazer. Entre uma contracção e outra lá consegui responder às perguntas que me iam fazendo e 10 minutos depois estava sentada na beira da maca de costas dobradas, agarrada a uma almofada. Tempo para uma última contracção que o CTG disse ser de 98%. Aiiiii mesmo!
"se tiver uma contracção enquanto lhe coloco o catéter avise-me mas não se pode mexer."
E como raio é que eu vou fazer isso?, pensei. Ainda por cima sentada, que agudiza cada contracção como se me batessem com uma marreta nos rins!

Aguentei-me à bronca e pouco depois estava novamente deitada com o catéter inserido e um líquido frio a escorrer pelas costas. À 4a dose, deixei de ter dores. Que alívio.
Chamaram novamente o L. e continuamos a conversar com a anestesista.

De repente, ela vira discretamente o ctg para ela e pede-me para me virar para o lado esquerdo. Uns segundos assim e pede-me para me virar para o lado direito. Pede à parteira para chamar o obstetra. "A bébé está bradicardia."
Voltei a virar-me e disse que aquilo já tinha acontecido uma vez no 1º CTG que fiz no obstetra.
A Inês parecia não recuperar e de repente deixaram de lhe apanhar qualquer batimento cardíaco. Escusado será dizer que comecei a ficar nervosa, com medo. Olhei o L., que me agarrou na mão e esboçou um sorriso a dizer que ia correr tudo bem.

Decidiram romper-me a bolsa das águas para poderem colocar uma sonda interna, tentando apanhar-lhe o batimento cardíaco. Assim fizeram e conseguiram. Mas a bradicardia mantinha-se. A Inês não estava bem. O Obstetra fez-me um toque para verificar a dilatação e mandou vir um ecografo. Fez uma ecografia rápida, para ver o coraçãozinho da Inês a bater.
Saiu da sala para volta a entrar passado uns minutos.
A minha dilatação estava a fazer-se a grande velocidade o que podia ter feito a Inês descer demasiado rápido para o canal de parto, provocando a bradicardia. Mas eram suposições. Na ausência de certezas e de melhorias, começaram a equacionar uma cesariana de urgência."Não, ela tem a dilatação quase feita. Dá para fazermos normal", dizia a parteira para o obstetra. Este olhava-me apreensivo, o que me deixava ainda mais nervosa. Perguntou-me qual o peso previsto da Inês. "3,400Kg a semana passada". Não o sentia minimamente confiante com o cenário e isso estava a deixar-me à beira do pânico.
Do nada pergunta-me se estou com coragem para fazer aquilo.
"Mas que raio de pergunta é esta?!", pensei.
"Dr. fazemos o que achar melhor para a minha filha", disse convicta.

Ele olhava para mim, para o CTG, para a parteira. Deixaram de conseguir monitorizar novamente a Inês. Tocou uma campainha e chamou a chefe de serviço, que me tinha recebido. A sala de partos encheu-se de enfermeiras e auxiliares e o meu coração ficou do tamanho de uma ervilha. Pequenino de tão apertado. Quase esmagado pelo medo que estava a sentir. Pela Inês.

Pediram-me para colocar as pernas nos estribos. A dilatação ainda não estava completa e o obstetra perguntou à chefe se achava que valia a pena usar ventosa, ela espreitou e disse que sim. Voltou a perguntar-me o peso previsto da bébé. Não estava a acreditar que aquilo nos estava a acontecer...
De repente, o obstetra decide avançar e começou a mandar chamar o pediatra insistentemente. Sentia a sua apreensão que só fazia crescer o meu medo.
Mandou uma enfermeira para cima de mim e a parteira disse-me para fazer força. Entretanto tinham já feito a episiotomia que não senti. Fiz força sem saber onde, nem com que intensidade. A grande desvantagem da epidural, mas a parteira descansou-me:
"Está a ir mto bem, mas temos de ser mais rápidos".
A enfermeira que estava junto a mim disse-me então para inspirar fundo, não deixar sair o ar e fazer força juntamente com ela. Assim fiz enquanto ela espetava literalmente o cotovelo dela na minha barriga. Ela contra a Inês, com o meu corpo pelo meio. Foi a 1a vez que gritei de dor. O L. não me largou a mão um segundo e eis que sai a cabeça. Deu-me um beijo na testa, sorriu, "está quase linda, falta pouco".
Fiz força mais uma vez, e novamente o maldito cotovelo da enfermeira.
De repente, a expulsão e o vazio. São 2:20h da manhã.
A Inês fora de mim, chora reclamando com o mundo.
Procuro-a entre aquela gente toda e vejo-a ao fundo, na mesa que tinham preparado para a receber, nas mãos do pediatra.
"Filha, filha..." choro baixinho.
"Ela está bem, está tudo bem", diz-me o pediatra.

Olho para o L. que procura a filha de lágrimas nos olhos.
"Já está linda, já está, diz-me.

Vejo sair a placenta e a Inês na direcção da balança. 2,840Kg diz o pediatra.
"Só?! Mas estava previsto muito mais."
O obstetra olha-me e suspira "Ainda bem que é pequenina".

Trazem-me a Inês e o meu coração cresce, como se me quisesse saltar do peito. Ainda tanto medo, mas tão feliz.
O L. tira-nos as 1as fotos.
Mãe e filha olham-se nos olhos. Os olhos bem abertos da filha, nos olhos marejados da mãe.
Muda tudo. Nada se compara.

Levam novamente a Inês e pedem ao pai para sair.
A sala esvazia-se e fico só com o obstetra que me começa a suturar.
Falamos com calma.
Diz que ainda bem que a Inês era mais pequena do que se pensava, "Senão não tinha passado". "E se fosse assim, o que acontecia?", perguntei. Tinhamos de fazer cesariana, mas como ela já estava encaixada, ia ser preciso envia-la novamente para trás.".
"Que sufoco...", suspirei.
"Sabe, por vezes temos de tomar decisões dificeis, como esta e viver com elas para o resto da vida. Correu tudo bem. Correu tudo o melhor que podia."
"E essa episitomia é grande?"
"Pois, é um bocadinho maior que o normal, porque tivemos de fazer aquelas manobras todas"
Que bom saber.... Gluuuup
Bastante tempo depois, não consigo precisar quanto, terminou e desejou-me felicidades. Levaram-me para a zona de recobro e trouxeram novamente a Inês e o L. A enfermeira deu uma ajuda e pusemos a pirralhinha a mamar. Fê-lo durante 1h. Depois levaram-nos para o quarto.

Estivemos mais um pouco os 3 juntos até que chegou a hora do L. sair. Passava das 4h da manhã.
Fiquei com a Inês nos braços, a vê-la dormir e a decorar cada bocadinho dela.
Pensei no L. e em como tinha sido importante a sua força, sentir a presença, o amor. E em como ele se tinha portado bem, ao contrário do que ele próprio imaginara.
Deitei-a no berço agarrada ao meu dedo indicador.
Dormimos assim, pela primeira vez, separadamente juntas.

Foi assim nascer no nosso Mundo.

(O pessoal do hospital foi todo super simpatico e prestável. Fiquei com a melhor das impressões de todas as enfermeiras e médicos, por cujos turnos passámos. Foram incansáveis no estímulo à amamentação, nos cuidados connosco, na atenção com o pai. As instalações do HBA são excelentes. 5 estrelas.)
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