Acordar às 6:30h com a Inês a palrar, arrastar-me até ao quarto, pegar-lhe ao colo na esperança de a tentar adormecer e perceber que está mijada até ao pescoço.
Mudar-lhe a fralda e trocar o pijama pela roupa do dia, enquanto ela se contorce no trocador cheia de sono e de birra.
Enfiar-lhe o biberão de leite na boca enquanto rezo a todos os santinhos para que hoje seja a excepção e ela queira mamar acordada.
Não come porque está acordada e tem sono, não dorme porque tem fome. Great!
A reza foi um fiasco e dirijo-me a cozinha para lhe preparar a papa que vai salvar este começo atribulado. A birra de sono mantém-se e o carrinho parece que tem pulgas de tanto que ela esperneia e resmunga.
10 minutos depois há mais papa em mim e no chão da sala que no estômago dela. Começo a ter de contar até 10 para manter a calma. Peço ao pai para tentar, enquanto tomo banho e respiro fundo. Saio do banho, a quantidade de papa no chão não aumentou mas no estômago dela também não.
Conto até 20 e consigo dar-lhe um iogurte morno (sim, a excelência não os come de outra maneira). Menos mal.
O pai tem de sair, beijinhos e até já.
A birra de sono mantém-se e visto-me ao som das resmunguices dela.
O saco dela, a minha carteira, a mala do portatil. Está tudo. Já vamos filha, já vamos. Falta o chapéu dela que 3 segundos depois está no chão. Saio de casa, agora é que é filha!, quando ao passar pelo jardim reparo no alguidar de roupa molhada por estender na varanda.
Subo o carrinho dela para a relva e passo para dentro da varanda para estender a dita roupa. Ela acha graça nos primeiro 50 segundos, depois o sono volta a tomar conta e recomeça a choraminguisse.
Antes que os vizinhos venham ver quem é a criança abandonada, começo a cantar "atirei comida ao gato", versão caseira de "atirei o pau ao gato" (mais educativa e salvaguardadora da saude dos bichos lá de casa)e ela sossega.
Canto as vezes necessárias para acabar de estender a roupa enquanto rezo para que nao passe nenhum vizinho e me veja nestas figuras.
Já está filha! Agora é que vamos mesmo. Deito-a na cadeira, arrumo o carro na mala e arranco rapidamente.
Ela adormece quase instantaneamente, eu suspiro fundo e 2 min depois esboço um sorriso.
Depois de a deixar no infantário (sem sobressaltos) e apesar de atrasada, ofereci a mim própria um cafezinho rápido a ver o mar, antes de começar a trabalhar.
Merecido, não acham?
5 comentários:
Mais que merecido!
Até eu fiquei cansada só de ler.
Totalmente! :)
mais que merecido, amiga!
olha, porque sei que te importas e talvez não tenhas tido oportunidade de espreitar o marulhos: http://www.youtube.com/watch?v=YRo8XZkmR88
xXx
ps - ADOREI a descrição da manhã! :o)
Merecido?? Nem é preciso perguntar... É que ser mãe é isso mesmo, já sair de casa cansada, ir trabalhar com olheiras, e chegar a casa de sorriso nos lábios depois de receber um de volta do nosso mais que tudo.
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