Géniozinho este, o dela.
Hoje e amanhã tenho de realizar umas actividades de educação ambiental previstas já há 3 meses. Assim e como a pirralha está em casa por fecho de infantário, o pai mudou as folgas para estes mesmos dias de modo a poder ficar com ela.
Pai é pai, ela até já tem permitido que seja ele a deita-la sem chinfrins de maior. Deixo as comidas preparadas, é só até à hora de almoço. Tudo pacífico, certo?
ERRADO. Nada mais errado.
Mamou às 8h da manhã, biberon dado pelo pai.
Às 11h telefono a saber noticias, tudo calmo a pirralha dorme, como de costume, um bocadinho antes de almoço que deve ser por volta das 11:30h para acertar com a escolinha nova.
Às 13:30h telefona-me o pai desesperado, Não comeu nem uma colher. Nem sopa, nem fruta. Nem na cadeira, nem no carrinho, nem ao colo, nem no chão, nem com cantigas, nem à frente do aquário. Nada. Rien. Niente.
Dou-lhe mais umas sugestões, peço para ter calma, vai conseguir.
Às 14:30h novo telefonema do pai. Continua sem comer. Não tem febre, está bem disposta, mas não abre a boca nem por nada.
Despacho-me o mais rapido que posso e sigo para casa.
Encontro-a a dormir, de barriga vazia.
O Pai com cara de quem lhe passou um camião por cima.
Acorda passado um bocadinho, bem disposta.
Decidimos ser eu a tentar dar-lhe de comer qualquer coisa, porque 8h à fome já começa a ser exagero.
Comeu tudo, sem reclamar.
Ao jantar vai de novo ser o pai a tentar dar de comer, para ver se amanhã o circo não se repete.
Oh filha, a mãe também sente a tua falta, mas não pode ser meu anjo, não pode ser a mãe a fazer tudo, a mãe não pode estar sempre ao pé de ti. E o pai ficou tão triste, meu doce.
Vá lá, vamos dar uma ajudinha ao pai, sim?
(e evito pensar na entrada no novo infantário...)