Acordo em cima da ponte.
O Tejo insiste em fazer-se pesado e sem graça
Mas à vista já Lisboa, onde, apesar do interregno dos anos, me continuo a sentir sempre em casa.
Enchem-me as cidades grandes.
Há um quê de solidão acompanhada que me atrai. Andar por entre as gentes que correm, (porque nas grandes cidades há sempre alguém que corre), contra a corrente de ritmo, de passos, de aflições, de horas marcadas.
E as cores, e as pessoas, e ainda cheira a castanhas assadas. Não venho de visita, mas encho-me como se matasse saudades. Faz-me bem. Faz-me sempre bem.
E sorrio.
Por dentro e por fora.
À noite regresso.
Adormeço em cima do Tejo e acordo com o abraço dela.
Recebe-me sempre como se tivesse estado um mês fora.
E eu, retribuo, de braços abertos e peito cheio.
De mim.
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