Querido Pai Natal
Espero-te com saúdinha!
Eu por cá estou óptima (sei de tanta desgracinha por ai que a minha condição só pode ser mesmo adjectivada desta forma)!
Já sei que só me lembro de ti nesta altura, desculpa não escrever no resto do ano (para não falhar, não prometo que para o ano vai ser diferente).
Também sei que nem sempre estive no meu melhor comportamento, mas esforcei-me, acredita. E olha que só isso dá cá um trabalho! Mas adiante.
Deves estar a pensar: "Vá, diz lá que presente queres tu este ano..."
Pois, que os tempos são de crise e talvez a mesma também chegue à Lapónia, com racionamento de neve e duendes descontentes. Por cá, como sabes os combustíveis estão cada vez mais inflacionados, ainda que a malta agora não se queixe por andar entretida a enfeitar pinheiros.
Ouvi dizer que as tuas renas, ainda que valorizadas e sem salários de feno em atraso, se estão a deixar ir na onda contestatária e começam já reclamar as horas extraordinárias dos anos anteriores. Assim, e como forma de compensar uma ou outra coisinha menos boa que tenhas reparado, proponho-me ajudar-te nessa árdua tarefa de distribuir presentes pelo mundo.
Para facilitar a tarefa sugiro que me deixes uma destas à porta de casa, carregada com os presentes que não te ficar tão em caminho distribuir, a respectiva lista de meninos que os esperam et voilá!
Prometo que não te deixo ficar mal!
Aguardo as tuas instruções.
Um beijo na testa e festinhas na barba,
Rita